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quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Aprendendo a Tocar

Técnicas para o estudo de um instrumento musical, visando adquirir segurança para apresentações em público.

Introdução

A aprendizagem de um instrumento musical requer muitos anos, onde diversas fases têm de ser superadas. A duração dessas fases depende de uma série de fatores, como: um bom professor (detalharemos adiante o que vem a ser um "bom professor"), um bom instrumento, boas condições para o estudo (disponibilidade de tempo, saúde, motivação etc.) e o mais importante, o interesse, a garra do aluno em querer aprender. Tem de haver uma grande afinidade entre o aluno e seu instrumento. Outra questão relevante são os objetivos desse aprendizado. Trataremos aqui especificamente de alunos com interesses profissionais por Música. Dentro da profissão, há vários níveis de profundidade em relação a atuação como um instrumentista. Músico de estúdio, de orquestra, de Igreja, de Banda Militar, banda de Rock, grupo de samba, professor, concertista, banda de baile... a lista não termina.

O que todos têm em comum é o fato de que ao menos periodicamente precisam tocar para alguém, seja numa aula, para um único aluno, seja num campo de futebol, para milhares de pessoas. Dominar um instrumento musical significa vencer certas etapas básicas que nos qualificam a tocar para qualquer público sem hesitações, dentro de nossa própria, única e inimitável capacidade. O por que de uns tocarem "melhor" é um mistério, que esconde-se sob o manto do talento, da genialidade, do inexplicável. Mas ser um instrumentista ao menos competente é um objetivo mais palpável à maioria dos mortais, e há meios de se atingir esse status. Dá-se o nome de "técnica" ao domínio de um instrumento. Instrumentistas "estudam técnica", fulano "tem muita técnica", tal professor ensina a "técnica russa" e por aí vai. Muitas vezes a técnica é subestimada como sinônimo de tocar velozmente. Mas quem verdadeiramente domina seu instrumento é capaz de tocar controladamente em qualquer andamento.

O "bom" professor

O professor é um dos elementos-chave no processo de aprendizagem musical. Menos importante é a sua destreza. Mais vale um bom observador, capaz de ajudar o aluno a perceber e resolver um problema, do que um virtuose que pode não se dar conta de algum pequeno detalhe que atrapalha o aluno e impacientar-se, pondo tudo a perder. Ainda assim, o professor precisa ser competente, isto é, capaz de compreender o funcionamento de seu instrumento, seu repertório e saber encontrar soluções que o aluno possa aproveitar. Não existe uma única maneira "correta" de lecionar e aprender um instrumento musical. Acredito mesmo que o professor tenha de ser versátil o suficiente para adaptar-se a cada aluno, pois fatores imprevisíveis como anatomia (alunos muito grandes ou muito pequenos) e psicologia (alunos que reagem bem ou mal a críticas) precisam ser levados em conta. Os melhores resultados acontecem quando há algum tipo de afinidade entre professor e aluno, onde ambos se respeitam e trabalham em conjunto para resolver os problemas relativos ao instrumento.

Fases do aprendizado instrumental

Iniciação: aprendizagem dos elementos básicos de escrita musical, rudimentos técnicos (postura, localização das notas, movimentação etc.), repertório básico.
Desenvolvimento: consiste em dar início a um repertório musical, onde o aluno irá se defrontar com vários problemas técnicos e interpretativos, além de conhecer mais o instrumento e seu potencial.
Aprimoramento Técnico: pode ocorrer em paralelo à fase de "desenvolvimento", consistindo no estudo isolado de elementos técnicos que necessitem de um trabalho específico (escalas, harpejos, acordes, vibrato etc).
Aplicação da Técnica: trata-se de trazer a técnica para o "mundo real", ou seja, trabalhar os elementos mecânicos dentro de uma perspectiva mais musical, fazendo com que o aluno comece a tocar com maior precisão e estudando com maior objetividade as passagens mais difíceis de uma determinada obra. Aqui o aluno deve ser levado a saber identificar e resolver os problemas que podem aparecer numa nova peça instrumental.
Interpretação: após a solução dos diversos desafios técnicos, o aluno estará apto a defrontar-se com questões mais aprofundadas de teor estético, referentes às correntes interpretativas, escolas, épocas etc. Músicos populares costumam dar mais ênfase à harmonização e improvisação, enquanto músicos eruditos trabalham de maneira mais sofisticada a sonoridade, análise e a articulação mais adequada aos autores e obras.

Autor: Paulo de Tarso Salles

quarta-feira, 12 de setembro de 2007